Tema da Vitória nas Conquistas Brasileiras na Fórmula 1
Por décadas, a Fórmula 1 foi mais do que um esporte para os brasileiros — tornou-se uma paixão nacional, alimentada por ídolos como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
Um elemento marcante dessas conquistas era o icônico “Tema da Vitória”, uma melodia instrumental composta por Eduardo Souto Neto que a Rede Globo utilizava para embalar as vitórias brasileiras nas transmissões.
Essa música, originalmente criada para o programa Planeta dos Homens em 1978, tornou-se sinônimo de glória nas pistas, evocando emoção e orgulho em milhões de telespectadores.
Este artigo explora a história do Tema da Vitória, sua conexão com a Fórmula 1 e o legado dos pilotos brasileiros, com destaque para as promessas Gabriel Bortoleto e Felipe Drugovich.
O Tema da Vitória: Uma Melodia Imortal
O Tema da Vitória, com sua orquestração vibrante e crescendo emocional, foi adotado pela Globo nas transmissões da Fórmula 1 a partir da década de 1980, coincidindo com o auge do sucesso brasileiro na categoria.
A música tocava nos momentos em que pilotos como Senna, Piquet ou Fittipaldi cruzavam a linha de chegada em primeiro lugar, amplificando a emoção das vitórias.
Era mais do que uma trilha sonora; era um hino que conectava gerações de brasileiros ao automobilismo.
Durante os anos 1980 e 1990, o tema tornou-se indissociável das conquistas de Ayrton Senna, que venceu 41 corridas e conquistou três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991).
A melodia ecoava em momentos históricos, como as vitórias de Senna no Grande Prêmio de Mônaco, onde ele reinou absoluto, ganhando cinco vezes consecutivas (1989-1993).
Mesmo após a trágica morte de Senna em 1994, o Tema da Vitória continuou sendo usado para celebrar conquistas de outros brasileiros,
Dentre eles, Rubens Barrichello e Felipe Massa, até que a Globo perdeu os direitos de transmissão da Fórmula 1 para a Band em 2021.
A música transcendeu o esporte, sendo utilizada em outros contextos esportivos, como vitórias de atletas brasileiros em Olimpíadas.
Contudo, seu impacto mais profundo permanece ligado à Fórmula 1, onde se tornou um símbolo de um Brasil vitorioso e apaixonado por velocidade.
Resumo da Fórmula 1 e os Brasileiros na Categoria
A Fórmula 1, criada em 1950, é a principal categoria do automobilismo mundial, conhecida por sua tecnologia de ponta, velocidade e glamour.
O Brasil tem uma rica história na competição, com 33 pilotos representando o país até 2025.
Sendo três deles campeões mundiais:
- Emerson Fittipaldi (1972, 1974),
- Nelson Piquet (1981, 1983, 1987)
- Ayrton Senna (1988, 1990, 1991).
Juntos, esses pilotos conquistaram oito títulos e 101 vitórias, colocando o Brasil como uma potência na categoria.
A trajetória brasileira começou com Chico Landi, que estreou no GP da Itália de 1951.
Nos anos 1970, Fittipaldi abriu as portas para o sucesso nacional, seguido por Piquet e Senna, que dominaram as décadas de 1980 e início dos 1990.
Após a morte de Senna, pilotos como Rubens Barrichello (11 vitórias) e Felipe Massa (11 vitórias) mantiveram a bandeira brasileira no pódio, com destaque para o vice-campeonato de Massa em 2008.
Entre 1994 e 2017, o Brasil conquistou 22 vitórias em 428 corridas, mas desde a aposentadoria de Massa em 2017,
Em outras palavras, o país viveu um jejum de pilotos titulares, quebrado apenas em 2025 com a estreia de Gabriel Bortoleto na Sauber.
Outros nomes recentes, como Pietro Fittipaldi (que correu duas provas em 2020) e Felipe Drugovich (piloto reserva), mantiveram o Brasil presente nos bastidores.
Destaque: Gabriel Bortoleto e Felipe Drugovich
Gabriel Bortoleto: A Nova Esperança Brasileira
Gabriel Bortoleto, nascido em São Paulo em 2004, é a grande promessa do automobilismo brasileiro em 2025.
Aos 20 anos, ele estreou na Fórmula 1 pela Sauber, encerrando um jejum de sete anos sem um piloto brasileiro titular.
Sua ascensão foi meteórica: campeão da Fórmula 3 em 2023 e da Fórmula 2 em 2024, Bortoleto impressionou pela consistência e talento.
Ele é o sexto brasileiro a vencer a categoria de acesso à F1.
Seguindo os passos de Roberto Moreno, Christian Fittipaldi, Ricardo Zonta, Bruno Junqueira e Felipe Drugovich.
Bortoleto tem como mentor Fernando Alonso, bicampeão mundial, cuja agência A14 Management guia sua carreira.
Ele também integrou o programa de jovens pilotos da McLaren antes de assinar com a Sauber, que se transformará em Audi em 2026.
Apesar de pilotar um carro pouco competitivo em 2025, Bortoleto é elogiado por sua habilidade e mentalidade.
Com expectativas de que supere seu experiente companheiro de equipe, Nico Hulkenberg.
Sua estreia no GP da Austrália de 2025 marcou o início de uma nova era para o Brasil na F1.

Felipe Drugovich: O Talento à Espera de Uma Chance
Felipe Drugovich, paranaense de 24 anos, é outro nome promissor do automobilismo brasileiro.
Campeão da Fórmula 2 em 2022, ele se destacou ao vencer corridas icônicas, como a prova em Mônaco, tornando-se o sexto brasileiro a triunfar no principado.
Desde 2023, Drugovich é piloto reserva e de desenvolvimento da Aston Martin, com participações em treinos livres.
Entretanto ainda não garantiu uma vaga como titular.
Apesar de negociações com equipes como Williams e Sauber, Drugovich enfrenta a forte concorrência de jovens pilotos de academias de equipes.
Dentre eles Andrea Kimi Antonelli e Oliver Bearman.
Sua dedicação e amizade com Bortoleto — os dois moraram próximos na Itália e compartilham o sonho de correr juntos na F1 — reforçam sua relevância.
Drugovich permanece como uma esperança para o Brasil, especialmente com a possibilidade de novas oportunidades em 2026.
O Legado e o Futuro
Por fim, o Tema da Vitória da Globo simbolizou uma era dourada do automobilismo brasileiro, marcada por pilotos que levaram o Brasil ao topo da Fórmula 1.
Embora a música não seja mais usada nas transmissões atuais, seu eco permanece na memória dos fãs, especialmente quando nomes como Bortoleto e Drugovich reacendem a esperança de novas conquistas.
Bortoleto, com sua estreia em 2025, e Drugovich, aguardando sua chance, representam a nova geração de pilotos brasileiros.
Ou seja, eles carregam o peso de uma nação apaixonada por velocidade e a responsabilidade de honrar o legado de Senna, Piquet e Fittipaldi.
Com a Sauber/Audi investindo para 2026 e o talento inegável desses jovens, o Brasil pode voltar a ouvir, mesmo que metaforicamente, o Tema da Vitória nas pistas da Fórmula 1.