Parcelar Fatura de Cartão de Crédito: Como Funciona, Vantagens, Desvantagens, Impacto no Score e Regras do Banco Central
O cartão de crédito é uma ferramenta financeira amplamente utilizada pelos brasileiros, oferecendo conveniência para compras, pagamento de contas e até acumulação de benefícios, como milhas e pontos.
No entanto, quando o valor total da fatura não pode ser quitado até a data de vencimento, muitos consumidores optam por parcelar a fatura.
Ou realizar o pagamento mínimo, entrando no chamado crédito rotativo.
Este artigo explora em detalhes como funciona o parcelamento da fatura de cartão de crédito, suas vantagens e desvantagens,
Além disso vou falar sobre o impacto no score de crédito, as taxas de juros envolvidas, as regras do Banco Central e a comparação entre crédito rotativo e parcelamento.
Como Funciona o Parcelamento da Fatura do Cartão de Crédito
O parcelamento da fatura é uma opção oferecida pelas instituições financeiras quando o consumidor não consegue pagar o valor total da fatura até a data de vencimento.
Em vez de deixar a fatura em atraso ou pagar apenas o valor mínimo (geralmente 15% do total), o cliente pode optar por dividir o saldo devedor em parcelas fixas.
Além disso, ele conta com prazos e taxas de juros definidos no momento do acordo.
O banco inclui essas parcelas nas faturas subsequentes, junto com eventuais novas compras ou encargos.
Por exemplo, se a fatura de janeiro é de R$ 2.000 e o consumidor decide parcelar em 6 vezes, o banco adiciona cada parcela (acrescida de juros) às faturas de fevereiro a julho.
O consumidor pode solicitar o processo diretamente pelo aplicativo ou site do banco, por telefone ou ao entrar em contato com a central de atendimento da instituição financeira.
O parcelamento pode ser automático em algumas instituições, especialmente após o uso do crédito rotativo por 30 dias, conforme exigido pelas regras do Banco Central.
Nesse caso, o banco oferece condições de parcelamento com juros menores do que os do rotativo, mas isso deve estar claro no contrato do cartão.
Vantagens do Parcelamento da Fatura
- Evita Juros Altos do Crédito Rotativo: O parcelamento geralmente possui taxas de juros mais baixas do que o crédito rotativo, que pode ultrapassar 400% ao ano. Isso ajuda a evitar o efeito “bola de neve” nas dívidas.
- Organização Financeira: O parcelamento fixa o valor das parcelas e o prazo de pagamento, permitindo que o consumidor planeje melhor seu orçamento e evite surpresas com juros variáveis.
- Manutenção do Limite de Crédito: Pagar as parcelas em dia ajuda a liberar gradualmente o limite do cartão, permitindo seu uso para novas compras, desde que o consumidor tenha cuidado para não acumular mais dívidas.
- Prevenção de Inadimplência: Parcelar a fatura evita atrasos que podem levar à negativação do nome em órgãos como SPC e Serasa, além de multas e juros por atraso.
- Flexibilidade no Fluxo de Caixa: Dividir o pagamento em parcelas pode aliviar o orçamento mensal, permitindo que o consumidor mantenha outras despesas em dia.
Desvantagens do Parcelamento da Fatura
- Custo dos Juros: Embora os juros do parcelamento sejam menores que os do crédito rotativo, eles ainda existem. Nenhuma instituição financeira no Brasil oferece parcelamento sem encargos, o que aumenta o custo total da dívida.
- Comprometimento do Limite do Cartão: Durante o período de parcelamento, o limite do cartão pode ficar parcial ou totalmente bloqueado até que as parcelas sejam quitadas, restringindo o uso do cartão.
- Risco de Endividamento: Se o consumidor não ajustar seus hábitos de consumo, o parcelamento pode levar a um acúmulo de dívidas, especialmente se novas compras forem feitas antes da quitação do saldo parcelado.
- Possível Impacto no Score de Crédito: Embora o parcelamento em si não seja necessariamente um fator de redução direta do score, o comportamento financeiro associado (como depender frequentemente do parcelamento) pode ser interpretado por algumas instituições como risco, afetando a pontuação.
- Dependência de Regras do Banco: As condições de parcelamento (número de parcelas, taxas de juros) variam entre instituições, e nem sempre são favoráveis. É essencial comparar as opções antes de decidir.
Parcelamento e o Score de Crédito

O score de crédito, como o Serasa Score, é uma pontuação que reflete a saúde financeira do consumidor.
Isso é usado por instituições para avaliar o risco de inadimplência.
O parcelamento da fatura, por si só, não reduz diretamente o score, desde que você pague as parcelas em dia.
No entanto, há situações em que ele pode impactar negativamente:
- Frequência de Parcelamentos: Bancos e birôs de crédito podem interpretar o uso recorrente do parcelamento como um sinal de dificuldade financeira, o que pode levar a uma redução no score.
- Atrasos nas Parcelas: Se o consumidor não pagar as parcelas em dia, isso pode resultar em negativação e queda significativa no score.
- Uso do Crédito Rotativo: Optar pelo pagamento mínimo antes do parcelamento coloca o consumidor no crédito rotativo, que é conhecido por reduzir o score devido aos altos juros e ao risco de endividamento.
Para evitar impactos negativos, o ideal é pagar a fatura integralmente sempre que possível e usar o parcelamento apenas em situações emergenciais, mantendo as parcelas em dia.
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Juros do Parcelamento
As taxas de juros para parcelamento de fatura variam de acordo com a instituição financeira, o valor da fatura e o número de parcelas escolhido.
Segundo dados do Banco Central, em agosto de 2023, a taxa média de juros para parcelamento de fatura foi de 194,5% ao ano, significativamente menor que os 445,7% ao ano do crédito rotativo, mas ainda alta.
Por exemplo, algumas instituições oferecem taxas que variam de 0,99% a 9,99% ao mês, dependendo da análise de crédito do cliente.
Em um caso hipotético, uma fatura de R$ 1.000 parcelada em 3 vezes com juros de 5% ao mês resultaria em um custo total de aproximadamente R$ 1.380, incluindo juros.
Além dos juros, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também incide sobre o valor parcelado, sendo cobrado diretamente.
Para obter as taxas exatas, é essencial consultar o contrato do cartão ou entrar em contato com a instituição financeira.
Comparar as taxas entre bancos também pode ajudar a encontrar condições mais favoráveis.
Regras do Banco Central
O Banco Central do Brasil (BC) regula o uso do cartão de crédito, incluindo o crédito rotativo e o parcelamento da fatura.
O objetivo de proteger o consumidor e reduzir o super endividamento.
As principais regras incluem:
- Limite de 30 Dias para o Crédito Rotativo: Desde a Resolução nº 4.549, de 2017, o consumidor só pode permanecer no crédito rotativo por 30 dias. Após esse período, o saldo devedor deve ser pago integralmente ou parcelado, com juros menores que os do rotativo.
- Teto de Juros do Rotativo: A partir de 3 de janeiro de 2024, os juros do crédito rotativo foram limitados a 100% do valor original da dívida, ou seja, a dívida não pode ultrapassar o dobro do valor inicial (excluindo IOF). Essa medida faz parte do programa Desenrola, visando reduzir o endividamento.
- Parcelamento Automático: Se o consumidor usar o crédito rotativo por 30 dias sem quitar o saldo, o banco deve oferecer automaticamente o parcelamento da fatura, com condições melhores que as do rotativo. Essas condições devem ser claras e objetivas no contrato.
- Portabilidade de Dívida: Desde julho de 2024, é possível transferir o saldo devedor do cartão para outra instituição financeira, incentivando a competição e a redução de taxas.
- Transparência: As instituições financeiras devem informar claramente as taxas de juros, encargos e o Custo Efetivo Total (CET) das operações de crédito, incluindo parcelamentos.
Crédito Rotativo x Parcelamento
Crédito Rotativo:
- Como funciona: Ativado automaticamente quando o consumidor paga um valor entre o mínimo (geralmente 15%) e o total da fatura. O saldo restante é transferido para a próxima fatura, com juros altos e compostos.
- Juros: Em 2023, a média foi de 445,7% ao ano, mas limitada a 100% a partir de 2024.
- Duração: Máximo de 30 dias. Após isso, o saldo deve ser quitado ou parcelado.
- Impacto: Alto risco de endividamento e redução do score devido aos juros elevados.
Parcelamento:
- Como funciona: O consumidor negocia com o banco para dividir o saldo devedor em parcelas fixas, com prazos e juros definidos.
- Juros: Média de 194,5% ao ano em 2023, variando por instituição.
- Duração: Depende do acordo, podendo variar de 3 a 24 parcelas.
- Impacto: Menor risco de endividamento, desde que as parcelas sejam pagas em dia. Pode limitar o uso do cartão até a quitação.
Comparação:
- Juros: O parcelamento é mais vantajoso, com taxas significativamente menores.
- Planejamento: O parcelamento oferece maior previsibilidade, enquanto o rotativo pode criar uma “bola de neve” de dívidas.
- Uso do cartão: Ambos comprometem o limite, mas o parcelamento possibilita que você libere o limite gradualmente ao pagar as parcelas..
Dicas para Evitar Problemas com o Cartão de Crédito
- Pague a Fatura Integralmente: Sempre que possível, quite o valor total para evitar juros.
- Controle os Gastos: Estabeleça um limite de gastos inferior ao oferecido pelo cartão, idealmente até 30% da renda mensal.
- Compare Taxas: Antes de parcelar, consulte as taxas do seu banco e compare com outras instituições.
- Planeje o Orçamento: Ajuste seus hábitos de consumo para evitar depender do parcelamento ou do rotativo.
- Negocie com o Banco: Em caso de dificuldade, entre em contato com a instituição para negociar melhores condições ou antecipar parcelas com desconto nos juros.
Conclusão
Em conclusão, o parcelamento da fatura do cartão de crédito é uma ferramenta útil para evitar inadimplência e gerenciar dívidas em momentos de aperto financeiro.
Ele oferece vantagens como juros mais baixos que o crédito rotativo, organização financeira e manutenção do limite de crédito.
Entretanto também apresenta desvantagens, como o custo dos juros e o risco de comprometer o limite do cartão.
O impacto no score de crédito depende do comportamento financeiro do consumidor, mas pagar as parcelas em dia é essencial para evitar problemas.
As regras do Banco Central, especialmente a limitação dos juros do rotativo a 100% e o prazo de 30 dias,
Isso protege o consumidor do super endividamento, incentivando o uso do parcelamento em vez do rotativo.
No entanto, a melhor estratégia é sempre o planejamento financeiro para pagar a fatura integralmente e evitar juros.
Se o parcelamento for inevitável, é crucial entender as condições, comparar taxas e manter as parcelas em dia para preservar a saúde financeira.