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Nereide Nogueira: A Mina dos Mamonas

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Nereide Nogueira: A Eterna "Mina" de "Pelados em Santos" dos Mamonas Assassinas

Nereide Nogueira. Nereide Nogueira é um nome que, para muitos brasileiros que cresceram nos anos 90, imediatamente remete a um dos clipes mais icônicos da música nacional: “Pelados em Santos”, da banda Mamonas Assassinas.

Com seu vestido vermelho justo, cabelos loiros e ar de diva inalcançável dentro da famosa Brasília amarela, ela se tornou a musa eterna do grupo de Guarulhos.

Representando o objeto de desejo em uma das canções mais divertidas e irreverentes da história do rock brasileiro.

Mas quem é Nereide além desse momento eterno congelado no tempo?

Vamos contar um pouco da história dela, do fenômeno Mamonas e como ela está hoje, quase 30 anos depois.

Os Mamonas Assassinas

Do Underground ao Sucesso Meteórico

Para entender o impacto de Nereide, é essencial voltar ao contexto dos Mamonas Assassinas.

A banda surgiu em Guarulhos (SP) no início dos anos 90, inicialmente como Utopia, uma grupo de rock pesado que tocava covers de bandas como Guns N’ Roses e Sepultura.

Os integrantes eram:

  • Dinho (vocalista e líder carismático)
  • Bento Hinoto (guitarrista)
  • Júlio Rasec (tecladista, responsável por muitos vocais engraçados)
  • Samuel Reoli (baixista)
  • Sérgio Reoli (baterista, irmão de Samuel)

Em 1995, eles mudaram o nome para Mamonas Assassinas (um trocadilho com “mamas” e a planta tóxica mamona) e apostaram em um humor absurdo, misturando rock, paródias e letras cheias de gírias, palavrões e referências pop.

O álbum de estreia, simplesmente chamado Mamonas Assassinas, vendeu mais de 3 milhões de cópias em poucos meses – um recorde na época.

Hits como “Vira-Vira”, “Robocop Gay” e, claro, “Pelados em Santos” dominaram as rádios e TVs.

O clipe de “Pelados em Santos” foi o único videoclipe oficial da banda.

Gravado de forma improvisada em São Paulo, com direção simples e muita zoeira, ele mostra os cinco músicos dentro de uma Brasília amarela velha, cantando sobre uma mulher gata na praia de Santos (“Eu nem sei o nome dela / Mas o corpo é um violão”).

A tragédia veio em 2 de março de 1996: após um show em Brasília, o avião particular da banda caiu na Serra da Cantareira, matando todos os integrantes e o piloto.

O Brasil parou para chorar o fim prematuro de um fenômeno que durou apenas 7 meses no auge.

A Participação de Nereide: Como Ela Entrou na História

Nascida em 14 de novembro de 1972 em São Caetano do Sul (SP), Nereide Nogueira já trabalhava como modelo e assistente de palco quando recebeu o convite para o clipe.

Na época com 22 anos, ela era conhecida por programas como “Corrida Maluca” e “TV Animal” com Gugu Liberato.

O convite veio por acaso: uma amiga produtora viu uma foto dela vestida de Jessica Rabbit e achou perfeita para o papel da “mina” loira e sensual.

As gravações duraram 14 horas, cheias de improvisos e risadas.

Nereide lembra que os Mamonas eram “muito simples e engraçados, sem nenhum estrelismo”.

Ela tirou fotos inéditas nos bastidores (que só revelou em 2021) e confessou um flerte com o baixista Samuel Reoli – “ele tinha covinhas, e rolou um clima, mas não deu tempo para nada mais”.

Samuel a convidou para um show, mas a agenda louca da banda impediu.

O clipe transformou Nereide na “mina dos Mamonas” para sempre.

Mesmo sendo uma participação rápida, ela virou símbolo daquele momento cultural único.

A Carreira de Nereide Após os Mamonas

Nereide continuou na TV.

Em 1996, atuou na novela “O Fim do Mundo” (Globo).

Em 1999, fez história ao ser a primeira mulher a falar regularmente de futebol na TV brasileira, como auxiliar de Milton Neves no programa “Super Técnico” da Band – uma inovação na época, quebrando barreiras em um meio dominado por homens.

Depois, trabalhou como apresentadora de eventos, locutora e em feiras (especialmente no Anhembi, em SP).

Abriu uma empresa de eventos chamada MWN e se afastou gradualmente dos holofotes.

Como Nereide Está Hoje (2025)

Aos 53 anos (completados em novembro de 2025), Nereide vive uma vida discreta e longe da fama.

Moradora de Atibaia (SP) ou região do ABC paulista (dependendo de atualizações recentes), ela atua como freelancer em produção de eventos, locução e trabalhos pontuais.

Seu LinkedIn a descreve como profissional autônoma, com formação na Universidade Paulista.

Ela é casada (ou foi com um Marcos, mencionado em perfis antigos), tem um filho chamado Enzo e evita exposição excessiva.

Em entrevistas esporádicas – como em 2021, quando revelou fotos inéditas dos bastidores, ou em tributos aos Mamonas – fala com carinho da experiência: “Foi muito divertido, eles eram pura alegria”.

Em 2016, emocionou-se ao entrar em uma réplica da Brasília amarela para uma reportagem sobre os 20 anos da tragédia.

Nereide aparece ocasionalmente em eventos nostálgicos, como tributos aos Mamonas ou programas de rádio (participou do Domingo Esportivo da Band em 2021).

Ela valoriza a memória do grupo e se emociona ao lembrar daqueles dias.

Legado

Em conclusão, uma Musa Imortal em Uma Canção Eterna.

Nereide Nogueira poderia ter sido só mais uma modelo em um clipe, mas acabou eternizada em uma das obras mais cultuadas da música brasileira.

“Pelados em Santos” continua tocando em festas, karaokês e memes até hoje, e a “mina da Brasília amarela” segue sendo parte indelével dessa loucura chamada Mamonas Assassinas.

Enquanto o Brasil ri e chora ao lembrar Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio, Nereide segue vivendo sua vida tranquila – prova de que, às vezes, um único dia de gravação pode marcar para sempre.

Então, se você ouvir “seus cabelo é da hora, seu corpão violão”, saiba: ali tem um pedacinho da história dela.

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