Khaled Witby
Em janeiro de 2015, uma imagem chocante circulou pelo mundo: um homem preso dentro do que restava de sua picape, esmagada entre dois enormes caminhões semi-reboque em uma rodovia congelada no Oregon, Estados Unidos.
Esse homem era Kaleb Whitby, um fazendeiro de 27 anos de Washington, que, contra todas as probabilidades, saiu do acidente com apenas um olho roxo e alguns arranhões.
A história de Whitby não é apenas um relato de sobrevivência; é uma narrativa que entrelaça fé religiosa, determinação pessoal e uma série de “e se” que poderiam ter mudado tudo.
Embora o nome “Khaled Witby” possa ser uma variação ou erro de digitação, as pesquisas apontam consistentemente para Kaleb Whitby como a figura central dessa história inspiradora.
Neste artigo, exploraremos sua vida, o acidente fatídico, sua fuga milagrosa e o impacto duradouro dessa experiência, que continua a viralizar em 2025.
Antecedentes: Uma Vida no Campo e na Fé
Kaleb Whitby nasceu e cresceu em uma família devota mórmon (membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) em uma fazenda de mais de mil acres no estado de Washington, cerca de 30 milhas ao norte de Richland.
Como o mais velho de nove irmãos, Whitby aprendeu desde cedo os valores do trabalho árduo, da família e da fé.
A fazenda da família, que sustenta quatro gerações dos Whitby, cultiva alfafa, maçãs, feijões e cria gado.
Desde criança, Kaleb dirigia veículos pesados pela propriedade, desenvolvendo uma confiança natural ao volante – habilidade que, ironicamente, o colocaria em perigo anos depois.
Estudos
Em 2007, aos 19 anos, Whitby partiu para uma missão de dois anos no Brasil, uma tradição comum na igreja mórmon.
Ao retornar, matriculou-se na Brigham Young University (BYU), uma instituição ligada à sua fé, onde se formou em 2012.
Durante esse período, ele perseguiu um sonho ambicioso: tornar-se um levantador de peso profissional, com aspirações olímpicas.
Com 1,80m e 113kg de músculos, ele era um ex-jogador de futebol americano do ensino médio, atuando como running back e linebacker.
Whitby treinou intensamente na Carolina do Sul, vivendo em uma casa própria enquanto se dedicava ao esporte.
No entanto, a vida o chamou de volta ao lar.
Em maio de 2014, ele retornou à fazenda com sua esposa, Camille, seu filho de 2 anos e dois cães.
Camille estava grávida de cinco meses do segundo filho do casal na época do acidente.
A decisão de voltar foi motivada pela necessidade de renda estável e pelo desejo de ajudar o pai e os tios na administração da fazenda.
Whitby assumiu responsabilidades no setor de gado, supervisionando a compra, alimentação e venda de animais.
Sua rotina diária envolvia viagens longas para negociar gado, como a que o levou à rodovia I-84 naquele fatídico dia de janeiro.
Whitby é descrito por amigos e familiares como um homem confiante, humilde e profundamente religioso.
Ele e Camille ensinavam na escola dominical da igreja local, onde ele liderava a turma de adolescentes.
Sua fé não era apenas uma prática semanal; era o alicerce de sua vida, influenciando decisões cotidianas e, como veremos, desempenhando um papel crucial em sua sobrevivência.
A Jornada Fatídica: Uma Viagem Rotineira que Virou Pesadelo
Na noite de 16 de janeiro de 2015, Whitby deixou sua casa em Basin City, Washington, dirigindo sua picape Chevy Silverado 2008 de cabine estendida – um veículo robusto que ele comprara em julho do ano anterior e já acumulava mais de 15 mil milhas em viagens de trabalho.
Seu destino era Council, Idaho, para rastrear um carregamento de cerca de 160 novilhas que a família havia comprado de um novo fornecedor.
De lá, ele planejava seguir o gado até o Colorado, onde seriam engordados antes do abate.
A viagem começou sem incidentes.
Whitby passou a noite em um hotel e retomou a estrada antes do amanhecer do dia 17, por volta das 6h30.
O trecho da Interstate 84 a leste de Baker City, Oregon, era familiar para ele.
Mas as condições climáticas eram traiçoeiras: neblina densa e gelo negro na pista, um fenômeno comum no inverno do Noroeste Pacífico.
Dirigindo a uma velocidade cautelosa de cerca de 50 km/h, Whitby ouvia um audiolivro e pensava no café da manhã – um pastel de canela embalado.
O acidente de Whitby
De repente, o trailer do semi-caminhão à frente começou a balançar. Whitby reduziu a marcha, pisou no freio e sentiu sua picape escorregar no gelo.
Ele mirou na traseira do trailer para minimizar o impacto, colidindo de frente e deslizando cerca de 9 metros.
O airbag não disparou, e o motor silenciou.
Imobilizado, ele virou para a direita e viu faróis se aproximando pela janela traseira do passageiro.
“Isso é o fim”, pensou.
Ele orou rapidamente, pensando em sua esposa, filho e o bebê por nascer.
O segundo semi-caminhão o atingiu por trás com força devastadora.
“Foi alto e forte”, recordou Whitby mais tarde.
O impacto esmagou a cabine estendida da picape em uma casca compacta, como um casulo de metal retorcido.
O acidente fazia parte de uma cadeia de colisões envolvendo 26 veículos, espalhados por mais de 400 metros, causada pelo gelo negro.
Preso no Caos: Momentos de Terror e Fé

Preso no que restava de sua picape, Whitby fez um inventário rápido: ele estava vivo, mas sua perna direita começava a formigar devido à pressão do volante contra o quadril.
Vidro estilhaçado e pertences espalhados o cercavam.
Seu maior medo era outro veículo colidindo.
Usando uma faca Leatherman que milagrosamente pulou para fora de seu bolso durante o impacto, ele cortou o cinto de segurança e tentou se libertar.
Enquanto esperava resgate, Whitby orou intensamente.
“Por favor, me ajude”, repetia.
Ele atribui sua sobrevivência à intervenção divina, ao poder da oração, à proteção de Deus, ao seu garment mórmon (roupa sagrada) e ao sacerdócio.
Risco de Vida
“Se o carro tivesse se movido um pé para qualquer lado, ou se não fosse de cabine estendida, eu teria sido esmagado”, disse ele em entrevistas.
Um caminhoneiro ucraniano chamado Sergi Karplyuk, envolvido no acidente, avistou Whitby e pediu para tirar uma foto com seu celular, convencido de que era um milagre.
“Ninguém acreditaria em mim sem isso”, explicou Karplyuk.
A foto, granulada e dramática, mostrou Whitby preso no túnel formado pelos trailers, e rapidamente se tornou viral.
O resgate levou cerca de 30 minutos.
Um caminhoneiro se deitou no asfalto escorregadio de diesel e puxou o pé esquerdo de Whitby.
Com um pé livre, ele girou o corpo, deslizou para o chão e rastejou para fora.
Ele se levantou e correu para longe do local, incrédulo por estar inteiro.
O Resgate e o Pós-Acidente: Da Hospital à Fama
Whitby foi levado ao Saint Alphonsus Medical Center como precaução, um dos 12 feridos tratados naquele dia.
Ele saiu com um olho roxo, arranhões e dois curativos no dedo – nada mais.
Seus pais, Alisa e Jeb Whitby, dirigiram por estradas secundárias para buscá-lo, transformando uma viagem de três horas em seis devido aos bloqueios.
De volta para casa, Camille evitou inicialmente a foto viral, sabendo quão grave era.

“Eu sabia que era ruim”, disse ela.
Mas ao ver o marido vivo, ela o beliscava para confirmar: “Sim, ele ainda está aqui”.
Whitby dormiu bem naquela noite, mas sua esposa não.
A foto viralizou, levando a entrevistas com CNN, ABC, CBS, FOX, NBC e até a TV japonesa FUJI.
Whitby, inicialmente confuso com o alvoroço, percebeu o impacto enquanto ajudava o pai a alimentar vacas entre chamadas de mídia.
O caminhão destruído, agora em um pátio de reboque em Baker City, parecia um Transformer pós-batalha.
O operador de reboque Bob Baker, com 46 anos de experiência, chamou de “irreal”.
Whitby refletiu sobre os “e se”: e se ele estivesse mais rápido?
E se seu irmão Brigham o acompanhasse? E se o airbag tivesse inflado no espaço apertado?
Ele acredita que Deus o protegeu, mas não se vê como superior: “Eu não sou melhor. O Pai Celestial tem um plano para nós”.
Reflexões e Legado: Uma História que Persiste em 2025
Um ano após o acidente, em 2016, Whitby supervisionava o setor de gado na fazenda e ensinava na igreja.
A experiência o tornou mais grato, paciente e consciente da fragilidade da vida.
“Muitas coisas podem ser substituídas, mas a família não”, disse ele.
Sua fé se fortaleceu, incentivando-o a servir mais na igreja e honrar seus convênios.
Em 2025, a história ressurgiu nas redes sociais, com posts no X (antigo Twitter), Instagram e Facebook compartilhando a foto e o relato.
Publicações recentes, como as de @NetAxisGroup e @0HOUR1__, destacam o “milagre” e inspiram discussões sobre destino e proteção divina.
Embora não haja atualizações recentes sobre sua vida pessoal – ele parece manter um perfil baixo, focado na fazenda e família –, o legado de Whitby é claro: uma lembrança de que, às vezes, a vida nos dá segundas chances inesperadas.
Whitby não mudou drasticamente; sua vida já era plena.
Mas ele diz “obrigado” mais vezes e valoriza o pequeno.
Em um mundo de incertezas, sua história nos lembra da resiliência humana e do poder da fé.
Como ele mesmo disse à CNN: “Eu tenho dois Band-Aids no dedo anelar direito e um pouco de gelo no olho esquerdo”.
Uma declaração simples para um milagre extraordinário.
Este artigo vem de fontes públicas como Seattle Times, Oregon Live e LDS Living.
Por fim, a história continua a inspirar, provando que milagres podem acontecer nas estradas mais comuns.)